terça-feira, 17 de maio de 2011

XICARA CHEIA


Pensando no que ocorreu hoje no curso, resolvi postar o seguinte conto chines no meu blog:



XICARA CHEIA

Diz a fábula que o mestre e seu discípulo estavam caminhando. O mestre aproveitava a oportunidade e tentava passar alguns ensinamentos ao discípulo.

Numa determinada etapa da conversa o discípulo estava encontrando dificuldades em assimilar o que o mestre estava tentando lhe passar.

Então o mestre sugeriu que eles voltassem ao templo, pois ele queria tomar chá.

Chegando ao templo o mestre solicitou ao discípulo que preparasse um bule de chá.

O discípulo, prestativo, foi preparar o chá.

Voltou com o chá pronto, no bule, e as xícaras. Imediatamente serviuo mestre...

Para surpresa do discípulo, quando este estava para encher a sua própria xícara, o mestre solicitou que ele voltasse e colocasse mais chá na xícara do mestre.

Ao que o discípulo argüiu:

- "Mas a sua xícara já está cheia!"

O mestre, impávido, confirma:

- "Por favor, coloque mais chá em minha xícara!"

Nova argumentação do discípulo, nova confirmação do mestre.

O chá começa a transbordar para a bandeja, e o discípulo para...

O mestre insiste em sua solicitação: que quer que ele continue a colocar chá em sua xícara. O chá escorre pela bandeja e, desta, ao chão.

O bule fica vazio.

O mestre, então, indaga o discípulo:

- "O que você aprendeu com isto?"

O discípulo diz que nada, pois ele já sabia que o chá iria escorrer para a bandeja e para o chão.

O mestre retruca:

- "O ensinamento que isto nos traz é que para caber mais chá na xícara, a xícara precisa estar um pouco vazia. Em xícara cheia não cabe mais chá."

E continuou:

- "Assim também somos nós!"

E complementou:

- "Assim é a nossa cabeça. Quando achamos que sabemos tudo, quando temos muitas certezas, quando a nossa cabeça está totalmente cheia de verdades, então a nossa cabeça não tem espaço para mais nada, novos ensinamentos e percepções não conseguem chegar."

Concluindo:

- "É necessário ter permanentemente a nossa cabeça um pouco vazia para poder apreender as mudanças da realidade que nos cerca, sob o risco de nos divorciarmos da realidade."

O discípulo começou a entender. O mestre seguiu:

- "As nossas certezas vêm do que vivemos no passado. Mas o passado já passou, e o que acontece hoje não pode ser interpretado à luz do passado. Isso seria o mesmo que caminhar em uma noite escura, para frente, em um caminho desconhecido, com uma vela acesa às nossas costas, iluminado o caminho já percorrido.

E finalizou:

- "Relaxe e deixe sempre sua cabeça um pouco vazia para apreender o que o mundo lhe oferta de novidades e oportunidades."

Nenhum comentário: